terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Você foi quem me levou pela mão
Me apontou um caminho
Ao seu lado tudo me pareceu tão vivo
Mas ao anoitecer as criaturas malignas povoam esta terra
Ao anoitecer sua alma era negra e fria como a solidão
Beijos já não despertavam mais nada adormecido
Nenhum cavalo branco era cavalgado por um príncipe
Ao anoitecer eu estava sozinha

Mil anos no frio, na chuva, ao vento
Mil anos de espera pelo nascer de um sol que já havia morrido
E com isso minha alma se tornou gélida como a morte
E com suas mãos cavou minha sepultura
Com suas alvas mãos me empurrou até meu túmulo
As mesmas mãos que foram tão calorosas e convidativas um dia
São apenas frias e mortas hoje

A morte não é o fim de uma vida
É o despertar pra uma nova
Negra, fria, solitária e quieta
Mas sobretudo, verdadeira vida
Onde os gritos na escuridão são uma canção linda de se ouvir
Onde não há razão para se chorar
Não há razão para se sorrir
Onde não há razão...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em Minha Alma

O vento ao meu redor uiva
Sua força faz meus cabelos dançarem
Seu som tem uma sonoridade ímpar
Mas estou em um lugar escuro
Só ouço o vento
Só vejo a escuridão
Perdida e sozinha
Perdida em mim
Assim é minha alma
Vez por vez se ouve um sussurro
Uma voz brincando de Deus
Vez por vez uma luz brilha fraca
E mostra um caminho que parece certo
Mas se apaga a medida que o tempo passa
E ninguém segue por ele
As vezes pode se ouvir gritos
Vozes infantis, vozes familiares
Presas em minha alma no mais escuro
Mas quase sempre
É um lugar frio e escuro, sem som
Sem luz alguma

Sabrina Nascimento

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma Voz Rouca

Meu coração que padece
Diz suas palavras de adeus
Conta suas últimas histórias de tristeza
Com sua voz rouca
Cada som como um golpe
Cada batida, uma contagem
Para seu momento final
Sua tão sonhada morte

Tão velho e cansado
Dos sofrimentos que viveu
Tão sozinho, tão triste, tão louco
Em sua voz um som tão rouco
Em seu olhar, todo o brilho se perdeu

Não queira que ele acredite ainda em promessas
Não pense que suas mentiras ainda o alimentam
Esse coração que sofre, que geme baixinho
Ainda com sua voz
Mesmo que rouca
Mesmo que pouca
Mesmo que nada
Ainda é com essa rouca voz que grita pelo seu nome
Enquanto eu permaneço
Calada

Sabrina Nascimento

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vivo hoje para morrer amanhã

Quando viver era um sacrifício
Quando cada despertar era uma nova dor
Você fez tudo ficar mais fácil

Você era a força que me impulsionava a seguir
Era o desejo que me despertava pela manhã
Era o sonho que me fazia dormir
Você era minha razão

Fez cada respiração se tornar necessária
Fez cada sorriso se tornar verdadeiro
Fez cada sonho se tornar
Inesquecível
Mas descobri que não te tocar
Que não te olhar
Que não ter você
Era como estar presa em um sonho
E acordar sem uma razão
Tudo se tornou tão frio
Tão triste, tão cinza
E agora espero o dia
Em que meu corpo perecível
Não mas estará acorrentado a minha alma atormentada
Vivo por esperar o dia de ir embora
Vivo hoje para morrer amanhã...

Sabrina Nascimento

Corra e retorne

Corra e retorne ao seu lar
Doce menina de olhos perdidos
Corra e deixe que o mundo gire
Deixe que mude
Deixe que todos percam
São todos perdedores
Perderam seus sonhos
Perderam seu amor

Corra e retorne ao caminho
Doce sonhadora de pés descalços
Corra e siga sem parar
Não olhe para trás
Não se preocupe com nada
Apenas corra
Corra em direção ao sol
Corra pelo caminho
Corra
Até que seu pés sangrem
Até que sua alma padeça
Até que seu coração morra
Corra
E retorne
Retorne pra casa

Sabrina Nascimento

Cada parte do meu ser

Cada parte do meu ser
da minha alma
de quem sou
Você mudou absolutamente tudo
Você tornou tudo cinza
Opaco
Vazio, frio
Quase nem sou mais humana
Sou apenas um pedaço do que fui
Sou apenas uma sombra do que era
Sou apenas oque você fez de mim
Resto
Sobra
Descarte
Chute
Esqueça quem sou eu
Esqueça quem fomos nós
Esqueça que eu te amei
Esqueça que te amei com cada parte do meu ser
Esqueça...

Sabrina Nascimento

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ao meu doce mentiroso....

Você era a luz em mim
A cada passo era o meu motivo
A cada dia, meu começo
A cada segundo, minha vida
Suas mentiras me tornaram fraca
E suas palavras doces, eram apenas dardos 
Envenenados para meu coração

Disse que eu era a única
A escolhida
Quando eu não passava de mais uma peça
No seu tabuleiro
Peça que você jogava, para onde queria
Uma simples peça
Algum dia pensou em mim?
Algum dia pensou no que você foi pra mim?

Mas acordei para suas mentiras
Não me conte mais suas fábulas
Não invente mais um discurso
Não me diga frases feitas
Não recite um poema
Apenas me esqueça
Porque quando mais precisei de você
Foi oque você fez...

Sabrina Nascimento